A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), de forma reiterada, estabeleceu entre seus fundamentos o compromisso com a pesquisa, conhecimento e divulgação dos aspectos epidemiológicos das doenças cardiovasculares, conforme consta entre seus objetivos sociais: “desenvolver e estimular pesquisas médico-científicas, levantamentos epidemiológicos e intercâmbio científico e associativo com entidades congêneres ...” e “divulgar, junto à sociedade civil, os aspectos epidemiológicos das doenças cardiovasculares, esclarecendo-a quanto as possibilidades de prevenção e tratamento”.
As doenças cardiovasculares têm prevalência elevada e são responsáveis por milhares de mortes todos os anos e promovem impacto importante no sistema de saúde, sendo fundamental conhecer-se, detalhadamente, as variáveis epidemiológicas que influenciam na prevenção e tratamento dessas enfermidades. Nesse sentido, apoiar iniciativas visando ofertar à sociedade em geral subsídios para pesquisas e esclarecimento sobre a carga de doença e mortalidade cardiovascular é imperativo para tomada de decisão por gestores, especialistas e profissionais de saúde.
A SBC, com base nessas premissas, em 2016 lançou o Cardiômetro, cujo objetivo era fazer estimativas sobre óbitos por doenças cardiovasculares. O Cardiômetro, com base em cálculos estatísticos, permite, com bom intervalo de confiança, estimar-se o número de óbitos orientando sobre a necessidade de prevenção rigorosa dessas enfermidades. Portanto, representa muito mais que um contador de óbitos, mas uma ferramenta muito útil para alertar os brasileiros sobre a necessidade premente de controlar-se os fatores de risco das doenças cardiovasculares. Essa iniciativa foi reconhecida com o Prêmio Abril de Inovação e foi incluída entre os finalistas do Prêmio Euro.
Em 2020, o Cardiômetro foi reformado e os cálculos estatísticos foram refeitos e ajustados com base na mudança dos indicadores de mortalidade cardiovascular no Brasil em 2017 e 2018.